Com apenas 17 anos, Franco Mastantuono já carrega um rótulo pesado: é considerado o jovem mais parecido com Lionel Messi que o futebol argentino revelou nos últimos tempos. Dono de uma perna esquerda refinada, o meia-atacante do River Plate vem encantando os torcedores e atraindo olhares dos gigantes da Europa — como Barcelona, Real Madrid e clubes da Premier League.
Sua grande atuação no último Superclássico, quando marcou um golaço de falta contra o Boca Juniors, reforçou as comparações com Messi e o colocou definitivamente no radar do futebol mundial. Mas, por trás do novo xodó da torcida ‘Millonaria’, há uma história pouco conhecida — e recheada de curiosidades.
Natural de Azul, cidade no interior da província de Buenos Aires, Mastantuono chegou ao River Plate em 2019, aos 12 anos, após ser descoberto por olheiros em um torneio local. Passou por um teste e foi aprovado. Só pôde se mudar de vez para a “Casa River”, residência que abriga os talentos da base do clube, em dezembro daquele ano, ao final do período escolar.
O local funciona como uma versão argentina da tradicional La Masia, do Barcelona. Ali, jovens são formados com foco no esporte e no lado humano — seja por necessidade social, seja por potencial técnico. No caso de Franco, pesou mesmo o talento.
“Diferente de outros meninos da base, ele tinha uma boa situação financeira. Era o número dois do ranking de tênis de Buenos Aires. Tinha um futuro promissor com a raquete, mas escolheu seguir no futebol”, conta um de seus primeiros formadores, que concedeu entrevista ao jornal Sport, de Portugal, mas preferiu não se identificar.
Além do tênis e do futebol, Mastantuono chegou a sonhar com a fama na internet. Aos 10 anos, era conhecido como “Fran YTB” e produzia vídeos sobre futebol e games. A carreira de Youtuber não decolou — mas a de jogador, sim.
No início, ninguém apostava que ele seria um fenômeno. “No primeiro amistoso dele, contra o San Lorenzo, já mostrava tranquilidade e fluidez. Tinha talento, mas não achava que seria um craque mundial. Com o Claudio (Echeverri), eu já tive essa sensação de cara”, lembra o formador.
Mas Franco surpreendeu. Ganhou destaque na equipe sub-15, foi campeão, pulou direto para a sub-17 e, sem passar pelo time reserva, chegou ao profissional — onde já soma 55 jogos.
Atualmente, Mastantuono atua como meia-atacante partindo da direita para o meio, posição em que consegue explorar sua canhota privilegiada. Ele tem finalização forte, precisão em bolas paradas, drible em espaços curtos e visão de jogo — atributos que alimentam a comparação com Messi.
“Ele é mais Messi do que Maradona no estilo. Tem uma canhota espetacular, bate muito bem na bola, é criativo, direto. Precisa melhorar na marcação, nos passes e na perna direita. Já evoluiu bastante nisso, mas ainda depende muito da esquerda. Se ajustar esses pontos, será imparável. É o mais parecido com Messi que existe”, analisa o mesmo técnico.
Talento e humildade Além das qualidades técnicas, Franco impressiona pela maturidade. “Faltando oito minutos, na área do River, qualquer um teria chutado a bola para longe. Ele não. Dominou, protegeu com o corpo diante de dois do Boca, ajeitou e cavou a falta. Isso mostra a confiança e personalidade dele”, diz.
Apesar da fama crescente, Mastantuono mantém os pés no chão. “Depois de um treino com os profissionais, ele estava indo embora, me viu e pediu para parar a van. Saiu, me abraçou. Isso mostra a humildade que ele tem. Vai longe.”
Barcelona, Real Madrid ou Premier League?
A disputa por seu futuro já começou. Mas, para quem o conhece de perto, o destino ideal parece ser o Real Madrid.
“O Real é o time dele. Na Inglaterra, o ritmo é mais acelerado, não há pausa no jogo. O futebol espanhol se parece mais com o argentino. Para o estilo do Franco, o Real encaixa melhor do que o Barça ou a Premier League”, opina o formador.