A eliminação do Corinthians ainda na fase de grupos da CONMEBOL Sul-Americana tem impacto também fora de campo, em meio ao caos que o clube vive com processo de impeachment contra o presidente já afastado Augusto Melo.
O orçamento alvinegro para 2025, fechado com diretores que já deixaram o clube, contava com dinheiro equivalente às oitavas da Libertadores. O time caiu ainda nas fases iniciais e agora também na Sul-Americana, gerando rombo de mais de R$ 20 milhões.
A projeção de classificação até as oitavas da Libertadores era contando com valor na casa de R$ 35 milhões, entre premiação pela chegada aos grupos, bônus por vitórias e a classificação ao mata-mata. O clube saiu do torneio com só R$ 6,2 milhões (US$ 1,1 milhão).
A Sul-Americana aparecia, então, como uma chance de, ao menos, minimizar o impacto financeiro do fracasso na Libertadores, ainda que a campanha tivesse que ser melhor ainda do que o previsto, já que o torneio paga valores menores.
Com a queda nos grupos da Sul-Americana, o Corinthians fatura apenas US$ 900 mil (R$ 5,1 milhões) e mais US$ 230 mil como bônus pelas duas vitórias que conseguiu (R$ 1,3 milhão), totalizando R$ 6,4 milhões, bem longe da meta inicial.
O cenário que se desenha para o Corinthians é o de buscar receitas em outras fontes para compensar o que faltou em premiações e conseguir fechar as contas como planejado.
A venda de jogadores é um desses caminho, como havia adiantado Pedro Silveira, quando ainda era diretor financeiro.
“No ano passado a gente fez por volta de R$ 330 milhões em venda de jogador. Eu coloquei no orçamento desse ano algo muito menor, o suficiente para fechar as contas e baseado no que a gente está acreditando, que é reduzir despesas. Coloquei R$ 180 milhões em vendas”, iniciou ele, em entrevista concedida em fevereiro, ao podcast “Sports Market Makers”.
Até o momento, o Corinthians não chegou à metade desse valor, com negociações de dois jovens jogadores, Dener ao Chelsea e Guilherme Biro ao Sharjah (Emirados Árabes Unidos).
“Esses R$ 180 milhões, eu preciso fazer no meio do ano. Eu preciso completar esse orçamento de R$ 180 milhões”, seguiu ele, reforçando que o avanço em competições poderia ser uma alternativa para não “forçar” o clube a buscar vendas no elenco.
“Lembrando que, desse orçamento, eu estou falando do pilar ‘venda de jogadores’. Mas tem um pilar com projeções de, por exemplo, chegar até oitavas da Libertadores, quartas de Copa do Brasil, semifinal do Paulista. Qualquer resultado melhor que isso é mais dinheiro que entra, e obviamente eu posso flexibilizar de outro lado. Um time mais forte tem condições de brigar por mais e trazer mais receitas.”
O exemplo do Estadual é o contrário do que aconteceu nos torneios sul-americanos. Com o título paulista, o Corinthians superou a semi que previa no orçamento. A premiação total foi de R$ 5 milhões.