Presidente do Palmeiras, um dos dez clubes que apoiaram a candidatura de Samir Xaud como candidato único na eleição que definirá o presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Leila Pereira criticou a posição de outras equipes que se manifestaram contrárias ao formato de votação que decide o mandatário da CBF.
Em manifesto publicado nesta semana, 21 clubes confirmam ausência em eleição da entidade em manifesto por “democracia, transparência e representatividade”.
“Clubes deveriam se entender antes de pensar em mudar estatuto da CBF, precisamos nos entender. Estamos há três anos tentamos implementar a liga e até hoje não conseguimos. Não é porque a CBF não quis. Na hora H, se dividiu, metade dos clubes de um lado, metade de outro, não nos entendemos. O que nós queremos?”, disparou a dirigente alviverde à ESPN antes da eleição no Rio de Janeiro.
“Não presidentes que queiram fazer muitos discursos políticos, e às vezes ficam tão presos em política que esquecem do futebol. Aconteceu recentemente, clube desclassificados, por quê? Porque o gestor está pensando mais em política do que futebol. Temos que nos entender como clubes, depois pensar em estatuto”.
Questionada sobre a razão pela qual não assinou o manifesto de clubes sobre o processo que elege os presidentes da Confederação Brasileira de Futebol, Leila Pereira disse que discordou do tom adotado, ainda que não seja contrária às pautas abordadas.
“Não é momento de exigências, é momento de conversas, nos entendermos. O Samir se mostrou extremamente aberto a conversa sobre esses temas, por que vou assinar manifesto? Estamos numa democracia, você pode se manifestar como quiser, mas achei muito rígido, por isso não quis assinar. Não porque não concorde com as pautas, mas achei que não era o momento”, afirmou a presidente do Palmeiras, que ainda saiu em defesa à candidatura de Samir Xaud, que assumiria a Federação Roraimense de Futebol em 2027.
“Quando vocês falam que é candidato de uma federação não muito expressiva, é preconceito. Vou fazer uma analogia com minha história: quando fui eleita, não sou do futebol, não sou do mundo do futebol, uma mulher, e todos falaram, ou pensaram, ‘o que uma mulher está fazendo como candidata de um clube tão grande, vai ser uma desgraça, não entende nada…’”, disse Leila.
“Gente, minha gestão é a mais vitoriosa da história do Palmeiras, fizemos as maiores vendas da história, conseguimos a maior receita da história do Palmeiras. Disseram que eu seria uma rainha da Inglaterra, mas estou mais para Margaret Thatcher”.
Samir Xaud é candidato único e deverá ser confirmado como presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) em eleição neste domingo (25). Ele assume o lugar que ficou vago após o afastamento de Ednaldo Rodrigues, que desistiu de buscar recursos na Justiça para retomar o poder.
Sem concorrentes, Xaud tem o apoio de 25 das 27 federações estaduais e mais dez clubes. Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), que tinha suporte de mais times, não conseguiu confirmar a candidatura justamente por não ter federações suficientes a seu lado.
Médico, Xaud tem 41 anos e nasceu em Boa Vista, em Roraima, onde seu pai, Zeca Xaud, está no comando da Federação Roraimense de Futebol (FRF) desde 1983, antes mesmo de ter o filho. Samir assumiria a entidade a partir de 2027, depois de ter sido eleito, também como candidato único, em janeiro.
