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O que Samir Xaud, candidato único a presidente da CBF, pensa sobre futebol

by Da Reportagem

Samir Xaud é candidato único e deverá ser confirmado como presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) em eleição neste domingo (25). Ele assume o lugar que ficou vago após o afastamento de Ednaldo Rodrigues, que desistiu de buscar recursos na Justiça para retomar o poder.

Sem concorrentes, Xaud tem o apoio de 25 das 27 federações estaduais e mais dez clubes. Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), que tinha suporte de mais times, não conseguiu confirmar a candidatura justamente por não ter federações suficientes a seu lado.

Médico, Xaud tem 41 anos e nasceu em Boa Vista, em Roraima, onde seu pai, Zeca Xaud, está no comando da Federação Roraimense de Futebol (FRF) desde 1983, antes mesmo de ter o filho. Samir assumiria a entidade a partir de 2027, depois de ter sido eleito, também como candidato único, em janeiro.

Mas, afinal, o que o virtual novo presidente da CBF pensa sobre os principais temas em pauta no futebol brasileiro? Em entrevistas recentes, ele abordou alguns desses assuntos, como a criação de uma liga dos clubes para a organização do Campeonato Brasileiro, o uso de gramados sintéticos e fair play financeiro.

A ESPN resume algumas dessas respostas abaixo.


Liga de clubes para organizar o Campeonato Brasileiro

“Sou a favor da liga, acho que o futebol brasileiro tem um produto muito importante na mão que não está sendo bem trabalhado, a gente vê outras ligas aí no mundo funcionando perfeitamente, a minha ideia é tirar este projeto do papel, dar esta autonomia para os clubes formarem a liga, gerirem o campeonato, e a CBF cuidar da outra parte, a parte do futebol de base, do futebol feminino, dar condição para a gente trabalhar o futebol lá nos pequenos cantos do país até os grandes centros. Então, quando a gente fizer isto, a gente melhora calendário, a gente melhora um conjunto todo do futebol brasileiro, então, a minha ideia é, sim, sair do meu mandato deixando a liga pronta e executando sozinha com os clubes”, disse ao Charla Podcast.

“Já entrando nesse gancho, uma das minhas propostas é pôr a liga para sair do papel. Esse modelo deveria estar instituído. A gente vê isso acontecendo fora, os clubes organizando isso. Quero daqui quatro anos, quando eu sair, que isso esteja acontecendo. Vou chamar os clubes para fazer essa organização. Os clubes gerem, e a CBF fica com estatuais, base, feminino e investimento no futebol, ainda mais nos locais mais longevos do Brasil”, complementou, à CNN.

Arbitragem: profissionalizar é o caminho?

“Lá em Roraima, eu estou fazendo um trabalho muito importante com a arbitragem, então, a educação continuada é o que eu prezo em todos os setores, acho que a capacitação, os estudos, ela é muito importante para que a gente tenha este crescimento. E a gente teve um crescimento muito importante lá na arbitragem de Roraima, a gente faz um trabalho acompanhado com o meu diretor Yungo (Paiva, diretor de arbitragem da FRF). Cara, uma outra visão, a gente teve resultados positivos disso, é legal de ver, porque a gente vê lá no campo, na hora, e antigamente era, uns anos atrás, quatro anos, era muita briga, muita polêmica, e hoje, não; hoje, a gente já vê que está mais estabilizado, os caras (árbitros) mais capacitados, então, dá mais uma lisura para os campeonatos. Então, tem esta questão da profissionalização da arbitragem, eu também sou a favor, são profissionais como todos, isto tem que ser bem avaliado, bem estudado, para que a gente consiga colocar isto em prática também”, afirmou ao Charla Podcast.

Gramados: contra o sintético

“Em relação aos gramados, com certeza, os gramados têm que ser cuidados, a gente tem que dar condições para ter um evento de qualidade, um futebol de qualidade, e isto eu também fiz lá no meu estado, em Roraima. A federação começou a tomar conta, eu não sou, a gente não tem estádio, o estádio é público lá, o Canarinho, não fazia parte da gestão da federação, a gente só usava, então, a responsabilidade era do governo, então, a gente já sabe como que é esta questão, o gramado era mal cuidado, a drenagem, ruim, etc. De dois anos para cá, a federação ficou com esta responsabilidade do gramado, a gente tem até um custo maior por isso, mas deu uma outra cara para o campeonato, hoje, a gente tem um campo de qualidade lá, um gramado verdinho, a bola rola. Então, a gente quer fazer isto também na questão dos gramados aqui, acho que a gente tem que fazer um estudo primeiro, de custo, de tudo, pra saber como que a gente consegue deixar os campos aptos, todos os campos aptos do Campeonato Brasileiro. Os jogadores precisam disto, e a gente vai discutir isto também”, disse ao Charla Podcast.

Em entrevista um pouco mais antiga, ao “Podfalar”, de Roraima, Xaud também deixou claro a contrariedade com gramados sintéticos. “Está caindo em desuso o sintético, dá muita lesão em atletas. Ele trava (o pé). O índice de lesão em gramado sintético é altíssimo. É comprovado. Ligamento vai para o saco, trava, amigo. Incidência é muito grande nos estádios que tem gramado sintético.”

Estaduais

“Acabar com os regionais é impossível. São os estaduais que fomentam o futebol, inclusive em regiões mais distantes. Isso é um tiro no pé. Mas a gente pensa em uma reorganização”, afirmou à CNN.

Calendário

“Adequação de calendário, com esse processo da liga, vai acontecer, nosso calendário é muito apertado. Eu que sou da medicina sei da recuperação muscular, trato jogadores, vai ter um grupo gestor que vamos discutir isso, mas queremos fazer para que isso aconteça”, disse à CNN.

Fair play financeiro

“É um assunto importante. Eu acho que tem que haver, não tem como um time que tem R$ 20 milhões disputar com o time que tem R$ 1 milhão, é difícil. A gente sabe que o que move o futebol é o dinheiro, e fazer futebol é difícil. Tem que haver um equilíbrio, e esse equilíbrio precisa ser discutido entre os clubes. Acredito que nessa conversa com os clubes sobre a liga, a gente vai chegar a um denominador comum em relação ao fair play financeiro. Isso é um assunto que tem que ser bem discutido, colocado na mesa os atores, ter um diálogo, chegar a um consenso para conseguir executar isso”, disse ele, em entrevista ao Charla Podcast.

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