O Internacional vai deixar de ser, entre os 20 clubes da Série A, o líder do ranking de dívidas sem acordo com o Governo Federal.
Segundo o Cadastro da Dívida Ativa da União, que não considera valores que tiveram acordos de parcelamento, o clube gaúcho tem hoje a bolada de R$ 378,4 milhões em dívidas vencidas com o Governo.
Em débitos tributários, são 122 cobranças, que totalizam R$ 313,4 milhões. Outros R$ 64,3 milhões em dívidas previdenciárias. E mais R$ 605 mil em multa trabalhistas.
Nesta semana, o Inter fechou um acordo com a PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional) para tirar seu nome do cadastro de devedores e ainda renegociar o valor devido.
O acordo foi fechado dentro do programa Transação SOS-RS, lançado pela PGFN em 2024 como parte dos esforços do governo federal para apoiar a recuperação econômica do Rio Grande do Sul, após as enchentes que destruíram o Estado no ano passado.
Após as negociações, além de sair do cadastro da dívida, o clube diminuiu seus débitos com a União de R$ 378,4 milhões R$ 201 milhões. Os descontos concedidos incidem sobre multas, juros e encargos da dívida.
Para o presidente do Inter, Alessandro Barcellos, “a transação representa um marco na história do clube e será muito importante para superar os danos provocados pelo maior desastre climático do Rio Grande do Sul. O equacionamento do passivo tributário consolida o compromisso do Clube com a gestão e manutenção da regularidade fiscal”.
Assim que o Inter sair da lista de devedores, quem vai assumir a liderança é o Corinthians, que vive uma escalada assustadora sob o comando da presidência de Augusto Melo.
Em janeiro do ano passado, logo no início da gestão Augusto, o Timão não figurava no cadastro da dívida ativa da União.
Em setembro de 2024, o clube apareceu na lista com R$ 181,2 milhões em débitos, o que na época era o maior valor entre os times da Série A.
Agora, os débitos corintianos cresceram para R$ 257,9 milhões.
Segundo o site do Governo Federal, “dívida ativa é o nome que se dá para a base de dados que contém todos os créditos públicos que são devidos por pessoas físicas e jurídicas e que não foram pagos”.
E pode ter consequências graves, de acordo com o órgão.
Quando uma empresa ou pessoa passa a ser devedor, “poderá sofrer restrição em seu crédito (protesto, inserção do Serasa, entre outros) e inclusive no seu próprio patrimônio (averbação pré-executória), podendo chegar a perder os seus bens (leilão judicial, adjudicação, por exemplo).
Em dezembro de 2022, na administração Duilio Monteiro Alves, o Corinthians divulgou que “pela primeira vez desde 2017” tinha obtido a Certidão Negativa de Débitos relativos aos Tributos Federais e à Dívida Ativa da União. A validade do documento iria até junho de 2023.